Ecologia da Migração na
Primavera
As borboletas-monarcas começam a sair dos
locais onde passam o inverno no México em meados de março, e geralmente
todas já foram embora no final de março. Neste ponto, muitas já acasalaram,
mas ambos os sexos deixam os locais e migram para o norte, e o acasalamento
continua durante toda a jornada rumo ao norte. Malcolm et al. (1993) e
Cockrell et al. (1993) registraram as datas das primeiras observações de
ovos e larvas, além das plantas hospedeiras das larvas, quando da chegada
das monarcas adultas a diferentes latitudes a leste da América do Norte.
Esses artigos estabeleceram o padrão geral da movimentação na primavera e
demonstraram que a recolonização das áreas a norte do habitat de reprodução
ocorre por mais de duas gerações. As monarcas que invernam no México voam
para norte para repopular a região sul dos Estados Unidos e sua prole
conclui a jornada para o norte dos Estados Unidos e sul do Canadá. Esta
segunda geração recoloniza toda a área norte de reprodução utilizando mais
espécies de asclépias do norte (Figura 15).
Figura 15.
Migração da primavera: a primeira parte da migração da primavera é feita
pelos mesmos adultos que voaram para sul no outono, mas esses migrantes
não recolonizam toda a área de reprodução no verão. São seus
descendentes, os ovos postos no final e março e durante o mês de abril,
que concluem a jornada de primavera rumo ao norte. Desenho de Sonia
Altizer e Michelle Solensky. |
As rotas migratórias da primavera são
consideravelmente mais difíceis de serem identificadas e estudadas do que as
rotas do outono porque, na primavera, as monarcas ficam dispersas e,
conseqüentemente, menos notáveis do que as que migram no outono, formando
grupos espetaculares. Ainda estamos aprendendo muito sobre esta parte do
ciclo anual das monarcas com as pessoas que relatam suas observações dessas
borboletas através dos programas de Ciência Cidadã (Citizen Science), como o
Jornada Rumo ao Norte (Journey North)
(Howard e Davis, 2004). Este programa envolve crianças em idade escolar e
outras pessoas interessadas de todos os estados norte-americanos e de sete
províncias canadenses, as quais registram as primeiras observações das
borboletas-monarcas a cada primavera. Com base nesses relatórios, podemos
saber quando e por onde as monarcas viajam quando migram para o norte na
primavera.
Howard e Davis (2004) descreveram os
padrões de migração da primavera e a abundância de monarcas com base nos
dados coletados pelos participantes da Jornada Rumo ao Norte ao longo de um
período de 6 anos entre 1997 e 2002. Eles constataram uma impressionante
regularidade no padrão migratório de um ano para outro, embora tenham
ocorrido variações entre a data de chegada média em diferentes latitudes e a
duração da migração de um ano para outro. Eles sugeriram que esta variação
anual pode resultar de diferenças nas condições ambientais ou no tempo de
emergência das asclépias, e estão continuando a investigar esses fatores com
base nos dados adicionais coletados pelos participantes da Jornada Rumo ao
Norte.
Final da seção sobre a "Ecologia da
Migração na Primavera".
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